quinta-feira, 4 de março de 2010

“OS ARAIOS”.

Quando as selvas da pátria habitadas

Foram por selvagens turbulentos,

Uns e outros por razoes ousadas



Estranhas aos nossos conhecimentos;

Mais tarde sejam explicadas

à luz de notáveis descobrimentos;

Não muito longe espreitava o clarão

De uma futura civilização.



Esses índios, outros destemidos.

Que trilham as terras brasileiras

Perseguindo, ou perseguidos,

Percorriam extensas cordilheiras;

Mais adiante veriam refletidos

O valor de suas sobranceiras

Pois iriam ajudar na formação

Do povo grandioso da nação.

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Os Tremembés, um grupo verdadeiro,

Formou outro grupo altivo e forte,

Já se apresentando como ordeiro

Desprezando a guerra e a crua morte;

E esse grupo altaneiro

A quem lhes protegia a boa sorte

Foram os Araios, de quem nascia.

A nossa fiel genealogia.



Instalando-se os Araios no lugar

Onde as vias do progresso se projetam,

Levando a industria, à escola, ao lar,

Os trabalhos do homem que atestam

O poder da Natura em criar

Os nossos desígnios que restam;

Dos Araios, Araioses levantou-se,

De araioses nossa causa elevou-se.



Ah! Se os índios Araios, que viveram

Aqui, alcançassem algum poder.

De voltarem para onde lhes nasceram

Seus ramos que têm percorrer

Um longo campo onde floresceram

As sementes da fé e do viver

Juntos com João de Deus, o fundador

De araioses, o seu magno protetor!...



E assim, esta terra confiante

Nas promessas alegres do porvir,

Se propõe a levar muito distante

Seu grande nome. E se conseguir

Que passos e seus planos adiante

Possam os seus filhos conduzir,

A gloria muito cedo alcançarem

E as nossas virtudes contaremos.



Assim as águas do oceano

Conduzem o navegante ao alto mar,

Levando-o a um porto soberano

Onde encontre tudo desejar;

Também aconteça este plano

E tudo de bom nos venha encontrar

Aqui Araioses, nossa Terra.

Que toda esperança em si encerra.



Do livro O canto do Peregrino

Poesias de Raimundo Nonato das Chagas.

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